Entrevista a Rita Rodrigues
A jornalista revela um enorme gosto por exercer a profissão no grande ecrã, independentemente do trabalho que esteja a realizar, sendo que, também se nota a mesma satisfação se tiver que conduzir uma emissão em directo no estúdio ou no terreno. Rita Rodrigues efectua um alerta para o tipo de informação que diariamente atinge as redes sociais com capacidade para influenciar o público.
"Adoro estar no estúdio e no terreno para narrar a realidade"
Como nasceu o gosto pelo jornalismo?
Na adolescência comecei a interessar-me pelo jornalismo porque a minha família tinha o hábito de acompanhar o Telejornal durante o jantar. As entrevistas que, na altura, a Margarida Marante efectuava às personagens políticas também serviram como uma inspiração, por causa do poder de confrontar as pessoas com responsabilidades no país, além da capacidade de contar a realidade aos outros.
Porque optou por trabalhar em televisão?
Quando estava a estudar já sentia que a televisão era o meio mais completo porque podemos complementar a narrativa com imagens, mas antes trabalhei num jornal e numa rádio onde adquiri os princípios básicos do jornalismo e ganhei experiência.
Qual é trabalho que mais gosta de realizar?
O trabalho que aprecio é sempre aquele que estou a realizar no momento. O que me apaixona no jornalismo é a possibilidade de mostrar o que está a acontecer. Adoro estar na rua ou no terreno a narrar a realidade. Recentemente abracei um novo desafio que é editar jornais na régie, mas a adrenalina é maior porque existe mais responsabilidade pelo que está "no ar".
Quais são os principais desafios de conduzir uma emissão em directo?
É a responsabilidade de não defraudar os espectadores que depositaram em mim a função de informar, além de controlar as emoções e o cansaço.
Que tipo de diferenças existem entre o trabalho no estúdio e na rua, mesmo estando em directo?
No terreno o jornalista está mais sujeito ao sol, à chuva, ao frio e calor, embora haja a possibilidade de procurar pessoas que podem ajudar a explicar o que aconteceu. Num estúdio existe mais solidão, mas com um computador é possível aceder a muita informação.
Qual é o papel principal do jornalista?
Informar.
Quais são os desafios actuais do jornalismo?
Hoje em dia há informação por todo o lado, que com a internet galga fronteiras e cruza o mundo num ápice. A tentação de a utilizar sem ponderação nem averiguar a sua veracidade é enorme, mas a responsabilidade tem de falar mais alto.
De que forma o jornalismo em televisão tem que se adaptar às novas realidades?
Já existe uma forte parceria, senão mesmo uma simbiose, entre a televisão e as novas tecnologias. Se a nossa missão é reportar a realidade também temos de reflectir o que faz mexer as redes sociais, mas sem esquecer o dever de assegurar a veracidade da informação.