Entrevista a Regina Bastos
A deputada social-democrata, Regina Bastos, fala sobre o presente e o futuro do PSD, mas também recorda os acontecimentos após as legislativas de 4 de Outubro. Uma entrevista com o OLHAR DIREITO antes do Congresso social-democrata em Espinho.
"O partido nunca declinou a social-democracia"
Quais são os desafios do PSD para a legislatura?
O PSD tem tido uma agenda reformista para cumprir as exigências da União Europeia, seja no governo, mas também na oposição. O reformismo será o tema principal do Congresso que se realiza em Espinho. Nos próximos anos queremos combater as desigualdades sociais, a demografia e tornar o país mais sustentável em termos de pensões, ambiente e investimento. Diminuir o desemprego também é prioridade.
Qual vai ser o discurso do PSD nesta reunião?
Os congressos têm uma agenda virada para o futuro, embora seja necessário fazer um enquadramento do passado e presente que não se pode ignorar, em particular o que se passou depois das legislativas de 4 de Outubro de 2015.
O PSD precisa de regressar à social-democracia para conquistar novamente a maioria absoluta?
O partido nunca declinou a social-democracia, já que, é uma marca distintiva do nosso ideário partidário na oposição ou governo.
Por que razão os partidos do arco da governação não conseguem alcançar maiorias absolutas desde 2009?
O eleitorado normalmente expressa, através do voto, o posicionamento e protagonismo que cada força partidária deve ter. Nos restantes países europeus houve uma mudança dos eleitores relativamente aos partidos clássicos. Tem havido uma crítica a essas forças partidárias que se expressa nas urnas em favor de lógicas demagógicas e populistas, sobretudo nos países que sofreram medidas de austeridade. No entanto, as maiorias absolutas nunca foram a regra em Portugal devido à representatividade baseado no método de Hondt.
Na sua opinião o voto útil acabou?
Só se consegue aferir o voto útil com o voto concreto dos portugueses. Só nas próximas legislativas vai ser possível responder a essa pergunta.
Qual vai ser a relação entre PSD e CDS?
O CDS não é adversário nem sequer inimigo. Temos trabalhado bem com a liderança de Paulo Portas e o mesmo vai acontecer com Assunção Cristas.
Existe espaço para um partido Liberal?
O espectro político partidário português não tem necessidade de mais um partido político porque o nosso eleitorado é moderado. Não existiria expressão parlamentar para um Partido Liberal.