Entrevista a Mariana Nunes
A assistente de bordo garante que está a cumprir um sonho de criança porque sempre gostou de explorar o mundo e trabalhar com pessoas diferentes. Mariana Nunes mostra muito sentido de responsabilidade com a segurança dos passageiros. No entanto, também revela a existência de algumas desvantagens no exercício da profissão.
Trabalhar com o público é desafiante, mas também muito enriquecedor
Porque razão decidiu optar pela profissão de assistente de bordo?
Desde criança que tinha o sonho de ter esta profissão, mas pensei que nunca iria conseguir por tudo o que implica. Gosto de não ter rotina, nem ter horários certos. Sempre quis trabalhar com pessoas diferentes, conhecer sítios novos e explorar o mundo. Trabalhar com o público é desafiante, mas também muito enriquecedor.
Qual foi a parte mais complicada do curso intensivo?
Sem dúvida que toda a formação Safety foi extremamente intensa, nomeadamente os salvamentos, evacuações e combate a fogos. Só quem passou pelos testes consegue ter a noção exata do quão exigentes foram aqueles dois meses.
O sentido de responsabilidade perante os passageiros foi a maior aprendizagem que teve até hoje?
De certa forma sim porque temos de garantir que todos os passageiros estão em segurança e satisfeitos com o serviço.
Quais são as principais preocupações que costuma ter com os passageiros?
Que cumpram as regras apresentadas antes do início do voo e colaborem em caso de existir uma urgência. Por vezes é necessário alguma compreensão relativamente à assertividade da tripulação para que tudo corra da melhor forma durante o voo. Felizmente os meus voos têm sido muito tranquilos.
Quais são as vantagens e desvantagens da profissão?
Considero que seja uma vantagem a existência de bastante tempo livre e a possibilidade de ter mais do que um hobbie. A profissão também garante estabilidade financeira e a oportunidade de conhecer novos locais. No plano negativo, a necessidade de flexibilidade e capacidade de adaptação a horários muito complicados. Também não é possível aproveitar os fins-de-semana e os feriados, além das ausências frequentes do país.
Existe algum factor supresa?
Apenas no dia 15 de cada mês, quando sai a escala do mês seguinte porque nunca se sabe o que lá vem........
Quais foram os lugares que mais gostou de visitar?
São Tomé, Moscovo e Nova Iorque.
O local que nunca mais espera voltar?
Belém no Brasil.
Sente que tem havido um reforço na segurança dos aeroportos devido ao clima de instabilidade que se vive em termos mundiais?
Sinto que está tudo exatamente igual. No entanto, sempre me senti segura em todos os aeroportos.
O receio de voar aumentou devido ao últimos acidentes de aviação, nomeadamente na Coreia do Sul, Brasil e Estados Unidos?
De todo.
Como recebeu a notícia que vai haver um novo aeroporto de Lisboa?
Para mim não será uma mais valia uma vez que vivo a oito minutos do Aeroporto Humberto Delgado, mas para a qualidade de vida da maioria das pessoas e do ambiente será melhor.