Entrevista a Margarida Rebelo Pinto

21-07-2017 13:25

A escritora concede uma entrevista ao OLHAR DIREITO sobre alguns pormenores que estiveram na criação dos 14 romances. Margarida Rebelo Pinto também confessa quais são os autores que a inspiraram ao longo da carreira. A importância da tecnologia no consumo dos livros foi tema de conversa. 

 

"As minhas personagens têm sempre sonhos para alcançar e desgostos que precisam de ser resolvidos"

 

Como nasceu o gosto pela escrita?

Entre os 9 e os 12 anos, os livros eram uma boa companhia. Aos 14 comecei a ganhar o gosto pela escrita depois de ter entrado num concurso, sendo que, dois anos mais tarde decidi que queria ser escritora.

Qual é o seu principal estilo enquanto romancista?

Em 14 romances fiz coisas bastantes diferentes, nunca mantive o mesmo estilo literário. Escrevo o que sinto. Procuro em cada romance contar a história com estruturas narrativas diferentes. O romance tem um grande trabalho de estrutura como escolher o tema, o conceito e as personagens.

Qual é a característica que costuma estar presente nas suas personagens?

A personagem tem de ter uma bagagem emocional e existencial. Normalmente gosto de colocar características pessoais, da minha família e de amigas próximas nas personagens. 

Qual é o aspecto essencial de um romance?

A interação e os jogos de espelhos que existem entre as personagens. As minhas personagens têm sempre sonhos para alcançar e desgostos que precisam de ser resolvidos.

Qual são os autores favoritos?

A Agustina Bessa Luís é absolutamente prodigiosa e o Haruki Murakami também é um dos meus romancistas preferidos.

Qual é o livro que gostou mais de escrever?

Gosto de todos os meus romances, mas espreitei mais do que uma vez o “Diário da Tua Ausência” e o livro “Alma de Pássaro”

A tecnologia afectou o hábito de leitura dos portugueses?

Os portugueses gostam de ler, mas hoje existe uma necessidade das pessoas estarem ligadas em rede. Apesar das novas plataformas, Portugal é um país de novos leitores, já que, a partir do ano 2000 as pessoas ganharam proximidade com os livros por causa do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago e com o surgimento das novas distribuidoras. O público tem grande estima e carinho pelos escritores portugueses.