Entrevista a Luís Osório
A publicação do livro "Amor" foi o motivo para a entrevista a Luís Osório. O jornalista ainda não se assume escritor porque falta escrever ficção. No entanto, a mais recente obra é mais um aspecto positivo na carreira em termos de comunicação. O autor revelou que já trabalha no sexto livro que se vai chamar "Infâmia".
"falta escrever ficção para ser escritor e chegar mais rapidamente à verdade"
Qual é a mensagem da obra?
A obra tem uma preocupação ideológica de conseguir encontrar uma plataforma comum, que chamo lugar-comum, através de pensamentos curtos que cheguem ao maior número de pessoas. Nesse sentido é ideológico porque a minha vida profissional sempre esteve ligada a um percurso muito elitista.
Qual a forma que encontrou para transmitir a mensagem?
Estamos perante um conjunto de pensamentos com uma narrativa que tem uma lógica e proposta de viagem a cada leitor. Pensamentos que tentam ir ao encontro de palavras comuns, mas ao mesmo tempo também começam a ficar gastas como é o caso de amor, morte e Deus. O livro tem três planos. Eu e o Mundo, Nós e o Mundo, Eu e os meus Mortos e Eu e a Transcendência. Acredito que a minha viagem não é muito diferente da maioria das outras pessoas.
Que tipo de público pretende conquistar?
Acredito que pode ser um livro para as pessoas que se preocupam com o exercício de viver porque é construído com ideias opostas, como a luz e as sombras, a existência do mal e o bem, além da problemática da juventude e o envelhecimento.
Optou por não colocar considerações políticas?
No último capítulo existem pensamentos ancorados na definição de poder e das relações de submissão. Pretendo fazer uma análise sobre a sociedade que aparentemente se está a desagregar, numa Europa em convulsão sem saber o que é a esquerda ou direita. A nossa vida existe em função de uma ideia de sociedade.
Qual o significado da palavra amor no título?
O amor é a palavra que mais se desgastou em termos literários, artísticos e culturais. O livro começa com o amor entre duas pessoas para celebrarmos aquilo que a vida nos dá em cada momento.
O livro é o início de uma nova etapa como escritor?
Tive uma grande vontade de lançar o livro. Quero continuar o meu caminho, mas ainda falta escrever ficção para ser escritor e chegar mais rapidamente à verdade.
Tem projectos para o futuro?
O romance que se vai chamar “Infâmia” será totalmente surpreendente porque não vai ser o que as pessoas estão à espera. Será mais uma grande viagem, embora com uma carga política muito forte.