Entrevista a Carolina Dupong-Thiede
A vice-presidente da concelhia do Luxembourgo do CSV, Carolina Dupong-Thiede, revela uma forte personalidade na defesa das juventudes partidárias e na importância da participação dos jovens na política para ajudar a melhorar a sociedade. Uma entrevista que possibilita uma maior compreensão sobre o papel das "jotas" no sistema político, embora também haja outras formas de cada um contribuir para o bem-comum.
"Trazer harmonia para a sociedade é um exemplo de contribuição com um impacto que não se pode subestimar"
Como nasceu o gosto pela política?
Quando tinha treze anos perguntei aos meus pais se poderia inscrever-me numa ONG porque preocupava-me com as questões ambientais. Mais tarde, fui convidada por alguns professores para dar mini-palestras à minha turma e noutras classes sobre os temas da poluição e dos animais em risco de extinção. Nessa altura percebi que as minhas prioridades eram as famílias e os humanos que iriam sofrer com os problemas ecológicos. Não me identificava com alguns modismos ideológicos dos anos 90.
Como te defines no plano ideológico?
Sou democrata cristã, que inclui ideias liberais e conservadoras. Durante a juventude tive vários cargos na Juventude Popular, no Demyc, bem como um papel activo na entrada da JP para o YEPP(Youth of the European People´s Party). Neste momento, sou vice-presidente da concelhia do Luxembourgo do CSV depois de ter sido candidata à Câmara do Luxembourgo nas últimas eleições. Continuo com prazer dentro do mesmo grupo europeu.
Quais são os principais problemas dos jovens?
Existe um fluxo muito grande de informação e a velocidade do desenvolvimento tecnológico impõe um processo de tomada de decisões muito rápido. Não se pode ponderar como antes, nem demorar-se tempo para refletir. Os valores bem assentados permitem as boas decisões sob pressão. Actualmente estamos bastante expostos e isso afasta um perfil de líderes de que precisamos mais do que nunca.
Ainda faz sentido falar em esquerda e direita mesmo que os problemas sejam comuns?
Sim, porque as soluções e prioridades são muito distintas.
De que forma os jovens podem participar na política sem estarem ligados às juventudes partidárias?
Nos pequenos actos do dia-a-dia. Trazer harmonia para a sociedade é um exemplo de contribuição com um impacto que não se pode subestimar.
Quais são as vantagens de pertencer a uma juventude partidária?
A troca de experiências com pessoas que pensam como nós gera aprendizagem pessoal, mas também promove uma cultura de melhorar a sociedade. As juventudes partidárias podem aumentar a energia dos jovens em mobilizar e educar, além de ser construtivo para qualquer cidadão aprender como funcionam os organismos partidários e os estatais, bem como conhecer o processo democrático.
A falta de independência das juventudes partidárias impede a participação de mais pessoas?
As juventudes partidárias devem ser firmes e coerentes nas convicções, nomeadamente em questões que merecem uma posição clara como a família, dignidade humana, honestidade e saúde.