Entrevista a Adelaide Miranda

17-12-2015 21:41

"Nascemos para amar e passamos o resto da vida à procura do grande amor"

 

Por que razão decidiu escrever este livro?

Este livro surgiu como um desafio por parte da editora Capital Books. Sugeriram-me escrever um romance após reverem e aprovarem para publicação a obra "Guia Prático da Carapinha". No início achei impossível devido às minhas obrigações diárias, mas o meu esposo deu-me uma ideia para o enredo e eu gostei tanto da ideia que o livro surgiu naturalmente. Depois disso todos os tempos livres foram passados a escrever. Vivi quase um mês no mundo dos "Reflexos da Lua", sonhava com o enredo, com o desenrolar da história, com os conflitos. Foi uma experiência única e muito intensa.

Que projectos tem para o futuro?

Para o futuro? O meu projecto é continuar a escrever! Neste momento já estou a trabalhar num novo romance. Estou a desenvolvê-lo com mais calma. No início do ano vou publicar o segundo livro da minha série de poesia "Referências Circulares" e espero que no meio do ano o novo romance já esteja pronto.

Qual a razão para escrever sobre o amor?

O amor é o sentimento mais belo do mundo. Neste momento faz-nos falta acreditar no amor. Dentro da situação mundial em que nos encontramos precisamos de acreditar em algo que nos faça ter vontade de seguir em frente. O amor é a nossa última esperança, a única razão de fazermos parte deste mundo. Nascemos para amar e passamos a vida toda à procura do grande amor ou a vivê-lo.

Que tipo de crítica pretende fazer no livro?

O objectivo do livro não é fazer nenhuma crítica, mas tentar que os leitores sintam o amor pelo que ele é e deixem de tentar compreendê-lo, decifrá-lo... O amor não vê caras, o amor vê almas. São as almas que se apaixonam independentemente do corpo que elas habitam. O amor não entende coisas como nível social, tom de pele, crenças, culturas, preconceitos. O amor entende amor apenas.

Na sua opinião as pessoas têm medo de assumir relações amorosas? Porquê?

Sim, acho que sim. Acho que as pessoas têm medo de se tornar vulneráveis ao assumir uma relação. Têm medo de demonstrar o seu ponto fraco e de mostrar ao mundo o que mais temem perder na vida. Amar outra pessoa é um acto de coragem. Só alguém muito corajoso dá o seu coração a outra pessoa, afinal de contas o nosso coração é que nos permite viver.

Acredita que ainda há factores externos que conseguem impedir relações?

Acredito que sim. Nós crescemos numa sociedade que desde pequenos nos ensina o que é "politicamente correcto". Desde pequenos que sofremos uma lavagem cerebral em relação a padrões sociais, cor da pele, sexualidade. Crescemos com um conceito e quando nos apercebemos que nos desviámos desse conceito acabamos por sentir que estamos a fazer algo errado. Tememos as críticas, o apontar o dedo... Só uma personalidade forte consegue colocar esses "padrões" de lado e seguir em frente contra tudo e contra todos, derrubando todas as barreiras.