Entrevista a João Távora

21-11-2016 17:52

Numa curta conversa com o OLHAR DIREITO, o Presidente da Real Associação de Lisboa, João Távora, explica quais seriam as funções do Rei se Portugal ainda fosse uma monarquia. O papel da organização junto da sociedade civil e o lugar que a família real ocupa na sociedade portuguesa também fizeram parte da entrevista.

 

"O modelo português tinha de ter duas câmaras e um Chefe do Estado com poderes representativos"

 

Qual o trabalho que tem desempenhado como Presidente da Real Associação de Lisboa?

Costumamos realizar actividades, reunir as pessoas e fazê-las sentir que pertencem a um grupo. Organizamos visitas culturais e debates. A minha prioridade é deixar a Real Associação de Lisboa com mais sócios. Brevemente vai acontecer o jantar dos Conjurados na véspera do feriado da Restauração.

Qual o papel da família real na sociedade portuguesa?

Temos uma família real com geração e legitimada, o que é raro nas repúblicas europeias. Pretendo juntar mais pessoas à volta da família real porque dá valor à nossa grandeza histórica. Neste momento, existe uma questão principal que passa por transpor a família real para as próximas gerações.

As Monarquias conseguem sobreviver em regimes constitucionais?

A democracia é fundamental para sermos monárquicos. As monarquias existem porque conseguiram aderir aos ideais da democracia antes de qualquer república. Os países monárquicos têm níveis elevados de participação política e qualidade democrática.

Qual o modelo que defende para Portugal?

O modelo português tinha de ter duas câmaras e um Chefe do Estado com poderes representativos, além de ser Comandante-geral das Forças Armadas. O Rei é o portador de uma mensagem, sendo fundamental o papel de representante de Portugal, mas não pode condicionar a governação.

A voz de Portugal seria mais ouvida no Mundo se tivesse um Rei?

A grande vantagem da monarquia é a força que um Rei tem nas relações internacionais.

A Monarquia conseguia impedir as crises económicas em Portugal?

As várias revoluções tiveram efeitos na economia portuguesa. Não existe qualquer monarquia que tenha tido intervenção do FMI. Os países monárquicos são estáveis porque promovem o bem-estar social e económico.